O edifício Lumnia localiza-se em Lisboa, junto à Gare do Oriente, numa nova área urbana desenhada de raiz pelo RISCO que se desenvolve entre a via-férrea e o Recinto da EPAL dos Olivais.
Trata-se de um edifício com 30.000m2 de área de construção acima do solo, que contém 20 fracções autónomas de serviços com dimensão média de 1300 m2, que podem ser agregadas de acordo com a dimensão desejada pelas empresas que se queiram aqui instalar. No nível térreo, o edifício tem ainda duas fracções de comércio retalhista com acesso directo a partir da rua.
A volumetria do edifício, definida na fase de desenho urbano, é composta por quatro volumes dispostos em torno de um pátio, com altura variável entre 2 e 9 pisos, numa progressão helicoidal. Destes quatro volumes, três são vazados ao nível do piso térreo, o que permite uma relação franca com os espaços urbanos envolventes, nomeadamente os jardins a Norte e a Sul e a nova Rua António Mega Ferreira.
Os corpos do edifício têm 25m de profundidade de empena. Para garantir o máximo de luz natural nos espaços de trabalho, reduzindo a dependência da iluminação artificial, desenhámos uma fachada totalmente envidraçada, mas estrategicamente sombreada. Partimos de uma solução de lâminas verticais com 0.5m de profundidade e 1.5m de afastamento e utilizámos ferramentas de modelação tridimensional para estudar o sombreamento ao longo das várias horas do dia e diferentes meses do ano. O resultado do estudo deu-nos pistas para introduzir variações na geometria das lâminas e no seu ritmo, do que resultou um edifício que apresenta diferentes texturas e tonalidades em contraponto percepcionadas em função da posição do observador e da incidência da luz solar.
No interior, foi dada uma atenção particular ao átrio principal, o espaço de representação por onde vão passar diariamente mais de 2.000 pessoas. Trata-se de um espaço de proporções pouco comuns em edifícios de arquitectura civil (13m de altura e 9m de largura por 41m de comprimento), marcado pelo contraste entre a fachada de metal e vidro e a parede de betão branco com um desenho do atelier P06.
Em complemento dos espaços de trabalho de carácter funcional foram previstos espaços de descompressão, dos quais se destacam o pátio central, pensado para proporcionar encontros e momentos de socialização aos utilizadores do edifício e o terraço de cobertura do piso 3, virado a Sul, marcado por pérgulas, trepadeiras e bancos de madeira, concebido para uma permanência mais longa. A NPK é responsável pela arquitectura paisagista destes espaços.
O edifício cumpre os requisitos energéticos NZEB e capta, num ano médio, mais de um milhão de litros de água da chuva, para armazenagem e posterior utilização na rega dos jardins envolventes.
O Lumnia obteve a certificação LEED GOLD.
Risco
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Arquitectura e
Desenho Urbano
EXEO Office Campus – Edifício LUMNIA
Local
Lisboa
Cliente
Avenue
Data
2017-2022
Arquitectura
Nuno Lourenço, João Almeida, Carlos Cruz e Tomás Salgado
com Duarte Silva, Inês Fonseca, Peter Kornerup, Inês Reis, Margarida Pires, Francisco Lebreiro, Rafael Capelão, Rui Barata e Vitor Alves
Área do lote
6.356 m2
Área de construção
30.000 m2
Fotografias
Fernando Guerra / FG + SG